“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Romanos 3:23 – Contribuição da nossa leitora Nilza)
“… Tudo o que não provém de fé é pecado”
Romanos 14:23b
Sempre que recebemos alguma coisa muito valiosa, dedicamos uma atenção especial para que o seu valor não diminua, mas em muitos casos, também investimos tempo e recursos para que seja cada vez mais valorizado. Ora, por essa mesma ótica é que deveríamos olhar para a Fé, que é um dom de altíssimo valor, pois todos os que de fato a têm por crerem em Deus e em Jesus Cristo, Seu único Filho e Salvador, devem exercitá-la a fim de que ela cresça, seja investindo nosso tempo, recursos financeiros ou esforços físicos.
A necessidade de fé começou desde a queda do homem no jardim do Éden, após o primeiro pecado, assim, desde que Deus ocultou sua face do homem, qualquer um que deseja O buscar, precisa fazê-lo por meio da fé. Portanto concluímos que a fé existe por causa do pecado, entretanto, pela palavra de Deus também sabemos que “tudo que não provém da fé é pecado”.
Ao analisarmos esses dois tópicos temos uma sensação que estamos com um paradoxo, pois se a fé existe por causa do pecado, como pois o que não é da fé pode ser pecado? Exatamente por esse mesmo motivo! O pecado suscita a necessidade de termos fé para podermos nos achegar à Deus, requerendo graça e misericórdia, pois caso contrário não poderíamos nos aproximar dEle. Porém de outro lado, se nossa vida estiver em pecado, isso também mostra que não temos fé em toda obra que Deus fez por meio de Jesus, pois acabamos a subvalorizado e preferindo os prazeres transitórios do pecado.
Portanto o pecado enfraquece nossa fé, bem como nos afasta de Deus, e é com essa base que a nossa consciência nos adverte sobre algo de errado em nossa vida espiritual: “sua fé está enfraquecendo, confesse seus pecados e os deixe”.
Porém não somente o pecado pode enfraquecer nossa fé, pois existem inúmeros outros fatores, dentre os quais é necessário mencionar as nossas tradições. Jesus disse aos fariseus “Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição” (Mar 7:9). Sim, as tradições podem não ser pecados literais, mas nos afastam das verdades contidas na Palavra de Cristo, e nos fazem “criar” ou “imaginar” coisas à respeito de Deus e até de nós mesmos, sem que nos demos conta disso. Assim o perigo é que venhamos a substituir uma verdadeira fé em Deus por uma outra baseada em tradições.
Talvez seja necessário também pontuarmos um outro item: a falta de comunhão com Deus. Aqui cabem pequenas perguntas: você tem orado diariamente? Você tem lido a Bíblia? Você tem se reunido com irmãos em volta do nome de Jesus? Se as respostas forem negativas, certamente há um risco. Nossa fé não pode ficar estagnada e nem morna, pois ela avança ou retrocede, esfria ou esquenta. Desse modo, se não buscarmos alimentá-la das coisas que a edificam, ela emagrecerá e perderá o seu vigor.
Outro ponto que é importante mencionarmos, envolve uma pergunta: Para o que usamos nossa fé em Jesus? Talvez possam surgir muitas respostas, como por exemplo: para conhecer a Deus, para melhorar a saúde, para conseguir um carro, ou simplesmente para estar em paz, etc… Quando recebemos um legítimo dom da fé em Jesus, devemos usá-lo legitimamente, embora a fé por meio dEle possa operar milagres, e até nos dar um carro, não é esse o principal foco dela, mas sim para que possamos correr a carreira proposta, olhando para Jesus, a fim de chegarmos “à unidade de fé, e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Heb 12:1-2, Ef 4:13). Assim sendo, quando nosso foco se desvia de Jesus para qualquer outra coisa, corremos o risco de nos afastarmos demasiadamente do caminho e a enfraquecermos.
Portanto existem inúmeros perigos nos mundo e em nossa mente, todos tentando nos embaraçar, a fim de que naufraguemos na fé, por isso nos resta buscarmos à Deus e pedirmos graça e sabedoria, para que possamos chegar ao nosso destino: Jesus.